Sexo e Sexualidade
Confundir o conceito ou entender de forma equivocada é totalmente compreensível afinal, a falta de conhecimento somada aos mitos e tabus que envolvem o assunto, vem sendo transmitidos de geração em geração. Para ajudar no entendimento, podemos perfeitamente substituir a palavra “sexualidade” por “vida”. A sexualidade é um conceito abstrato e não deve ser confundida com o ato sexual em si.
Ao nascer, entramos em contato com o mundo que nos cerca e percebemos o quanto é importante nos relacionarmos com ele. A sexualidade é uma espécie de energia que nos impulsiona para este contato, um aspecto central da personalidade.
Ao longo dos anos o conceito de sexualidade passou por diversas modificações, sendo interpretadas e adaptadas aos pensamentos e convicções das pessoas de cada época. Além disso, a sexualidade é percebida diferentemente através das culturas. Cada uma define normas aceitáveis ou questionáveis, o que pode levar à libertação ou à a opressão.
A sexualidade é uma forma profunda de comunicação da pessoa consigo mesma e dela com o outro. Envolve o autoconhecimento e possibilita conhecer este outro, sendo desenvolvida exatamente através da interação social. Este desenvolvimento está estreitamente ligado ao bem-estar de cada um, das pessoas com quem se relaciona, e de todas as outras em sua volta.
Podemos dizer que a sexualidade humana é um universo inteiro, inconstante, diverso e íntimo. Ela remete a todas as questões humanas, e se manifesta de forma diferente em cada pessoa.
A busca pelo prazer, a atração sexual entre as pessoas, as sensações obtidas através do toque do outro, as formas de expressão (roupas, paquera, comportamentos) são todos elementos que se encaixam no universo da sexualidade.
A sociedade, de um modo geral, possui uma visão negativa da sexualidade. Por esta razão, o meio social tem sido um ambiente repressor, fazendo valer as normas e regras comuns a todos, o tão falado conceito de “normalidade”.
Assim, todas as expressões e comportamentos – principalmente o sexual – são regidos por esta cultura de repressão, onde se impera o silêncio, reprodução de mitos e tabus e a falta de diálogo.
A sexualidade vem sendo trada de forma patologizada e medicalizada, tal qual uma doença a ser curada. Fala-se muito de métodos contraceptivos e transmissão de IST’s mas a sexualidade, como instrumento para a busca da felicidade pessoal, ou apenas como uma possibilidade de prazer é colocada de lado, principalmente para muitas mulheres, pois a sexualidade está ligada ao pecado como algo imoral e sujo.
Cabe a cada um de nós, que vivemos no presente, buscar a autonomia dos nossos corpos e consequentemente do nosso prazer.
Para isso é urgente nos livrarmos de qualquer tipo de tabu e dos conceitos pré concebidos.
Eu já estou nesse caminho, e você?